Março Azul marinho – Mês da prevenção e conscientização do câncer colorretal

O câncer colorretal, também conhecido por câncer de cólon e reto, distinguisse em um tipo de tumor que se desenvolve no intestino grosso (cólon) e/ou no reto (final do intestino, logo antes do ânus). Este tipo de tumor é originado através da presença de pólipos pré-existentes na mucosa intestinal dessas estruturas (cólon e reto) que vão crescendo ao longo dos anos podendo se tornar tumores malignos.
A presença de pólipos intestinais não quer dizer necessariamente que você desenvolverá câncer intestinal, porém é uma predisposição que requer acompanhamento médico e exames periódicos para verificar se estes pólipos estão crescendo ou apresentando características de malignidade.
A estimativa mais recente do INCA indica que tenha 40.990 novos casos para o triênio 2020-2022, sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. Sendo este tipo de câncer o terceiro mais comum entre os canceres nos homens e mulheres (INCA, 2020).
Segundo a estimativa do triênio 2020-2022 o câncer mais comum para ambos sexos permanece o câncer de pele não melanoma, seguido para os homens o câncer de próstata o segundo mais comum e para as mulheres o câncer de mama (INCA, 2020).
Por se tratar de um desenvolvimento a longo prazo, este tipo de tumor é facilmente rastreável, ou seja, com a realização de exames de imagem e até mesmo de fezes, pode-se identificar a presença de alguma anormalidade na mucosa intestinal e intervir antes do aparecimento de um tumor (câncer).

Os exames podem ser realizados quando há algum sintoma sugestivo de doença no intuito de fazer um diagnóstico precoce e assim, aumentar as chances de cura. E exames de rastreamento, quando não há quaisquer sintomas, porém, a pessoa se encontra em grupos que devem ser rastreados. No Brasil, a recomendação é que se inicie o rastreamento todas as pessoas de 50 a 75 anos de idade. Pessoas com 76 a 85 anos a decisão em fazer o rastreamento será em relação a sua expectativa de vida, estado de saúde e resultados dos exames anteriores (ONCOGUIA,2019).
Ainda, pessoas com menos de 50 anos que são elegíveis ao rastreamento precoce são aquelas com histórico familiar importante de câncer colorretal ou alguns tipos de pólipos, doença inflamatória intestinal, síndrome de Lynch ou ter realizado algum tratamento com radioterapia em abdome ou região pélvica (ONCOGUIA,2019).
Mas afinal, quais exames eu devo realizar para fazer o rastreamento do câncer colorretal?
Os tumores de cólon e reto podem ser rastreados por meio da detecção de sangue oculto nas fezes e exames como colonoscopia ou retossigmoidoscopia. Para o diagnóstico de câncer, é necessário realizar uma biópsia que pode ser realizada no momento do exame de colonoscopia ou retossigmoidoscopia, apenas com o resultado desta biópsia poderá confirmar se é ou não um tumor maligno (INCA,2020).
Quais são os sintomas do câncer colorretal?
Este tipo de câncer pode não apresentar nenhum tipo de sintoma, porém os sintomas mais comuns são:
-Presença de sangue nas fezes;
-Diarreia ou constipação;
-Sensação de não ter evacuado o suficiente;
-Dor abdominal, inchaço abdominal;
-Massa abdominal palpável;
-Perda de peso sem motivo aparente.
A presença destes sintomas não necessariamente indica que você tenha algum tumor, porém requerem investigação e diagnóstico. Na presença de algum deste ou outros sintomas, seu médico deverá ser consultado (INCA, 2019).
Fui diagnosticado com câncer colorretal, e agora?
Por seu desenvolvimento lentificado através dos pólipos e o rastreamento periódico, quando diagnosticado na fase inicial e não ter atingido outras estruturas (órgãos), este tipo de câncer é na maioria das vezes curável. Antes de iniciar o tratamento, a doença será estadiada, o que significa que serão realizados exames de imagem para delimitar a extensão que o tumor cresceu e se acometeu ou não outros órgãos (ONCOGUIA, 2019).
Após o estadiamento, o tratamento poderá ser realizado com uma modalidade ou combinado com mais terapias de acordo com o estágio da doença.
Os tratamentos disponíveis atualmente são locais, por meio de cirurgias, radioterapia, ablação e embolização, usados em estágios iniciais da doença, no entanto podem ser combinados com outras modalidades em outros estágios de acordo com a característica do tumor e recomendação médica (ONCOGUIA, 2019).
Tratamentos sistêmicos por meio de medicamentos via oral ou intravenosos como quimioterapia, terapia alvo ou imunoterapia. Lembrando que o tratamento será de acordo com as características do tumor e elegibilidade do paciente de acordo com as recomendações do seu médico (ONCOGUIA, 2019).
O câncer colorretal tem prevenção?!
Sim! As formas de prevenir esse tipo de câncer são manter hábitos de vida saudável através de uma alimentação equilibrada rica em fibras, frutas, verduras e legumes. Evitar o consumo de álcool, tabaco e alimentos processados, condimentados, defumados, enlatados.
A prática de atividade física e manutenção do peso corporal também são medidas que auxiliam na prevenção tanto do câncer colorretal como de outras doenças!


Autora: Letícia Noelle Corbo. Enfermeira especialista em Oncologia. Mestranda em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) e membro do Neurorehab.

Referências:
Instituto Oncoguia. Tipos de câncer: Câncer Colorretal. Recomendações para o rastreamento do Câncer Colorretal. Equipe Oncoguia, fevereiro de 2019. Disponível online em: http://: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/recomendacoes-para-o-rastreamento-do-cancer-colorretal/11404/179/

Instituto Oncoguia. Tipos de câncer: Câncer Colorretal. Tratamentos do Câncer Colorretal. Equipe Oncoguia, fevereiro de 2019. Disponível online em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/492/185/


Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Câncer de intestino. Ministério da Saúde. Rio de Janeiro, fevereiro de 2020. Disponível online em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino

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