Piscina com rampa de acesso para cadeirantes

Oi, pessoal! Olhem o que minha sobrinha, 3 anos, também personagem de A Chave Mágica, construiu sozinha: uma piscina com rampa de acesso para cadeirantes com barra de apoio! Ela está super bem na pandemia, brincando e se divertindo, em sua casa, como se não houvesse amanhã.
Para ela, esse ato de construir a rampa é normal e nem tem destaque: nós adultos que ficamos surpresos e destacamos isso a ponto de perguntar para ela o que era, tirar foto, comentar e circular a rampa. Para ela é só uma brincadeira comum como qualquer outra, nada demais.
Adultos tendem a colocar suas emoções e reflexões adultas sob as crianças mas elas não vêem nem refletem o mundo como a gente e precisamos tomar cuidado pois emoções também são ensinadas.


Assisti esses dias uma série documental que diz que bebês de até 6 meses vêem cada indivíduo como único, conseguindo separar até um macaco de outro. A partir dos 6 meses vão perdendo essa habilidade por falta de uso e necessidade e, aos 12 meses, não vêem mais cada macaco como único mas sim como grupo, daí a importância de expormos as crianças ao máximo de diversidade que pudermos enquanto são pequenas. 
Quando as reflexões e emoções adultas começam, geralmente é sinal que a puberdade chegou.
Cora brinca com bonecos cadeirantes, sempre faz acesso para eles com a maior naturalidade, do mesmo jeito que crianças brincam com bonecos que nem dobram os cotovelos que, teoricamente, não possuem deficiência. 
Cora me vê como qualquer outro individuo que possui suas características únicas e não com pesar como os adultos que não estão acostumados.
A visão negativa sobre a diversidade é coisa de adulto e muito temos que aprender com esses mini professores da vida. 
Já sou grande mas acho que sei como é para ela: como eu passei minha vida inteira sendo cadeirante, estranho e não compreensível para mim é a falta de acesso: “como assim uma cidade para a população que não recebe toda a população?” – falta de adaptação é bem estranho para mim e, para Cora, que não tem deficiência mas cresce convivendo comigo, é estranho também: o estranho é a falta de acesso, não a diversidade. 
Vou falar desse tema também em um dos meus livros que irei publicar mais para frente (esse livro terá muitos temas, será bem diversificado – minha cara que, desde pequena, gostava de misturar o máximo de brincadeiras possíveis dentro de uma única brincadeira – e será meu único livro para adultos e quem quiser saber quando irei publicá-lo, é só continuar seguindo esta página).
Até a próxima, pessoal!

Fonte: Nani Paiva – Chá de Cadeira

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