Novembro Azul: mês do combate ao câncer de Próstata

O Novembro Azul surgiu no Brasil em 2012, tendo foco na prevenção, rastreamento e tratamento do câncer de próstata (OLGUIN et al., 2022). Basicamente, esse tipo de câncer afeta a próstata, que é uma glândula do sistema reprodutor do sexo masculino, responsável, junto das vesículas seminais, pela produção do esperma (BRASIL, s.d). Esse tipo de câncer é o mais comum entre os homens, tendo por ano cerca de 70,54 novos casos para cada 100.000 pessoas (OLGUIN et al., 2022). Além disso, trata-se de um câncer que causa a morte de 28,6% das pessoas que possuem essa neoplasia maligna (BOND, 2017). 

Em relação às pessoas com deficiência física, estudos demonstram que existe uma menor prevalência na realização dos exames, visto que a necessidade total ou até parcial de um cuidador pode comprometer o acesso ao serviço de saúde (AMORIM, 2011). Logo, o rastreamento e tratamento precoce do câncer de próstata nessas pessoas ficam comprometidos. 

Vale destacar que 80% das causas do câncer de próstata estão associadas aos fatores externos, como a alimentação inadequada, a falta de atividade física, excesso de peso e a exposição às substâncias químicas de indústrias (as aminas aromáticas, o arsênio, os produtos de petróleo e outros).  Os fatores internos, como a genética, também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, sabe-se que pai ou irmão que antes de 60 anos tiveram o câncer podem indicar fatores hereditários (INCA, 2022). 

Os primeiros sintomas englobam dificuldade para urinar, sangue na urina, aumento da frequência urinária e em pouca quantidade (BOND, 2017). Entretanto, nem sempre as pessoas apresentam sintomas, portanto, a realização do exame para rastreio precoce é fundamental. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (2022), o rastreamento é feito através do exame de sangue, que é o PSA, e pelo toque retal, devendo ser realizado por pessoas do sexo masculino a partir dos 45 anos e, em casos de pessoas negras ou com histórico familiar de câncer de próstata, recomenda-se a partir dos 40 anos. 

Em relação ao exame de sangue, basicamente, é retirada uma amostra, onde vão quantificar uma proteína específica, que é a Antígeno Prostático Específico (PSA), valores altos podem indicar o câncer de próstata, mas também tumores benignos, não se pode dar diagnóstico apenas com o PSA. O toque retal, por sua vez, é feito através da inserção do dedo médico enluvado e lubrificado no reto, avaliando o tamanho da próstata, a forma e também a textura (BRASIL, s.d). O diagnóstico de confirmação é através da biópsia, onde é retirado um pedaço pequeno da próstata e analisado (BRASIL, s.d). 

O tratamento pode ser realizado por meio de intervenções cirúrgicas, que podem ser acompanhadas de radioterapia e tratamento hormonal a depender da gravidade da doença. Por exemplo, caso esteja localizado apenas na próstata, pode ser recomendada somente a cirurgia acompanhada da radioterapia, entretanto, caso ocorra metástase, isto é, que o câncer se alastre para outras estruturas, pode-se ter a presença da cirurgia, radioterapia e tratamento hormonal (BRASIL, s.d). 

Embora o fator genético contribui para o desenvolvimento dessa doença e não seja possível mudar isso, existem fatores externos que aceleram ou desencadeiam o câncer de próstata e podem ser evitados por meio da prevenção. Sendo assim, o exame de toque anualmente, alimentação saudável, prática de atividade física, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco são ferramentas importantes para prevenir a doença (BRASIL, s.d). 

Por fim, o paciente com câncer têm direitos, como receber o auxílio-doença, caso seja afastado por um tempo acima de 15 dias. Além disso, pessoas que são tratadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) podem receber o Tratamento Fora Domicílio (TFD), que é um valor responsável por cobrir despesas com transporte e também alimentação (BOND, 2017). 

REFERÊNCIAS

AMORIM, Vivian Mae Schmidt Lima et al. Fatores associados à realização dos exames de rastreamento para o câncer de próstata: um estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública [online]. v. 27, n. 2 , pp. 347-356, 2011.

BOND, Letycia. Novembro Azul lembra importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Brasília: Amanda Cieglinski, 2017. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-11/novembro-azul-lembra-importancia-do-diagnostico-precoce-do-cancer-de-prostata. Acesso em: 2 nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de Próstata. Brasília, s.d. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-prostata. Acesso em: 01 nov. 2022. 

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Próstata. Conheça o que aumenta o risco, como é feito o diagnóstico, o tratamento e as estratégias para detecção precoce do câncer de próstata. Brasília, 2022. 

OLGUIN, Pedro Rocha et al. Novembro Azul –a importância da campanha frente aos questionamentos acerca da (In)eficácia do diagnóstico precoce. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 5, ed. 3, p. 10099-10107, 2022. Disponível em: https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/48449/pdf. Acesso em: 1 nov. 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA (SBU). Câncer de Próstata. São Paulo, 2022. Disponível em: https://sbu-sp.org.br/publico/cancer-de-prostata-3/. Acesso em: 01 nov. 2022. 

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