Febre maculosa no Brasil, etiologia, sintomas e formas de controle

Autora: Leticia Noelle Corbo

A febre maculosa é uma doença infecciosa que tem sido amplamente divulgada durante anos. Seu primeiro caso descoberto em território nacional em 1929, e que ainda permeia várias regiões brasileiras, em especial as regiões Sul e Sudeste Brasileiras (FIOCRUZ, 2023). Os sintomas da doença podem variar em suas intensidades, e consistem em quadros de febre alta (maior que 38,5°C), manchas vermelhas na pele, dores fortes de cabeça (cefaleia intensa), dores musculares (mialgia), náuseas e vômitos podendo evoluir ao a óbito.

A transmissão da doença é baseada pela infecção pelo vírus do carrapato estrela, também conhecido como Amblyomma sculptum, veículo da bactéria Rickettsia rickettsii. Após a transmissão, os sintomas podem aparecer até sete dias com evolução gradativa. Seu diagnóstico é realizado através de exame laboratorial, com teste sorológico específico para doença através do sangue do paciente ou através do exame de reação em cadeia de polimerase (PCR) (GOVERNO DE SÃO PAULO, 2021).

O tratamento consiste no uso de antimicrobióticos específicos que devem ser prescritos precocemente, após avaliação e diagnóstico médico e manejo medicamentoso para os sintomas da doença, normalmente com período de sete dias de tratamento (FIOCRUZ, 2023). Após o sétimo dia da doença estabelecida, o risco de evolução para óbito é aumentado consideravelmente. As formas de prevenção de contágio da doença é evitar áreas notificadas com presença do carrapato-estrela, controle de pragas nos animais domésticos (cachorros e gatos) e silvestres como cavalos e capivaras através do uso de carrapaticidas sobre orientação dos médicos veterinários (GOVERNO DE SÃO PAULO, 2021; FIOCRUZ, 2023).

Com base nestas informações, devemos nos atentar quanto as medidas de prevenções para o controle do vetor, carrapato estrela, em especial, as pessoas com deficiência. De acordo com a bióloga da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), por se tratar de uma classe de aracnídeos e não de insetos, a dedetização para o carrapato estrela se torna um desafio, visto que inseticidas (venenos) convencionais não são eficazes no extermínio do carrapato estrela. A melhor prevenção é não circular por ambientes com áreas de mata e que sabidamente possuem carrapatos. Também o uso de repelentes a base de icaridina na fórmula, demonstrou auxilio em repelir o parasita (JANUZZI, N, 2023).

Um estudo realizado pelo Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes do ICB da USP demonstrou o descobrimento de uma proteína inibidora do apoptose (morte celular) como ponto promissor para desenvolvimento de uma vacina contra o carrapato-estrela (JORNAL DA USP, 2023).

O descobrimento desta proteína serviria para realização de uma vacina para os animais, alvos do carrapato, como por exemplo cavalos e capivaras, interrompendo o ciclo de reprodução dos carrapatos e consequentemente, da transmissão para seres humanos. Ressalta-se que a fase do estudo ainda se encontra em teste em animais em laboratório, de ambiente controlado e têm demonstrado resultados promissores, onde àqueles animais que foram tratados com o imunizante, quando picados pelo carrapato, quase todos os carrapatos morreram, sendo uma descoberta promissora para o futuro do controle da doença (JORNAL DA USP, 2023).

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Referências

CONTERNO, IM. Potencial vacina para febre maculosa pode mirar controle do carrapato transmissor. Jornal da USP, 2023. (https://jornal.usp.br/ciencias/potencial-vacina-para-febre-maculosa-pode-mirar-controle-do-carrapato-transmissor/)

Ferreira, V. Em entrevista, pesquisadora explica o que é a febre maculosa. Fundação Oswaldo Cruz – Uma instituição a serviço da vida. 2023. (https://portal.fiocruz.br/noticia/em-entrevista-pesquisadora-explica-o-que-e-febre-maculosa#:~:text=O%20primeiro%20caso%20de%20febre,desafios%20no%20enfrentamento%20da%20doen%C3%A7a.)

Governo de São Paulo. Boletim Epidemiológico Paulista – Informe técnico sobre febre maculosa brasileira. V.18, n213 pp: 54-78, 2021. (https://www.saude.sp.gov.br/resources/sucen/imagens-gerais/febre-maculosa/informe_tecnico_fmb.pdf)

JANUZZI, N. Dedetização não é indicada para controle de carrapato-estrela; saiba o que fazer. G1 – Campinas e Região. 2023. https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2023/06/15/dedetizacao-nao-e-indicada-para-o-controle-de-carrapato-estrela-saiba-o-que-fazer.ghtml

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