Daniel e sua mãe, Maze, na academia
“Quando conheci o Daniel ele fazia poucas atividades físicas direcionadas para uma maior independência funcional, apenas natação (mesmo considerados por muitos uma atividade “completa”, ainda havia vários desequilíbrios de força em alguns grupos musculares).”
Marcos Almeida, fisioterapeuta e educador físico, relata como uma boa avaliação e exercícios podem auxiliar na evolução da pessoa com Síndrome de Down e ajudar no progresso motor e, consequentemente, em sua rotina.
O primeiro passo dado por ele com seu aluno, Daniel, foi realizar uma avaliação postural, onde encontrou algumas compensações posturais, devido à “vícios” posturais e fraqueza muscular. Ou seja, um ponto essencial a ser corrigido: a postura.
Na avaliação postural, foi identificado uma marcha claudicante (manca) e a mãe de Daniel foi orientada a levá-lo no ortopedista e pedir um exame de escanometria (para comparar e analisar a diferença de tamanho dos membros inferiores). Também foi orientado por Marcos que Daniel fizesse um exame não muito conhecido chamado baropodometria. Esse exame é usado para ver que tipo e grau de pisada o indivíduo possui e se também tem diferença da distribuição de peso ao ficar parado. A partir dessa análise, palmilhas específicas para cada pé com o tipo de pisada e altura certa para ele foram feitas.
Daniel passou a realizar testes de repetições máximas nos aparelhos de musculação para dar início no trabalho de fortalecimento muscular. O foco se deu em trabalhos de resistência muscular (muitas repetições durante as séries). Com o passar do tempo o Daniel conseguiu reequilibrar todos os seus grupos musculares nos quais haviam um grau de força bem baixo. Ou seja, ganhou mais força e resistência.
Associado a isso, foi feito o teste de caminha de Balke. Um protocolo validado onde indivíduos que tenham alguma limitação podem fazer forma segura uma “caminhada” para saberem o máximo de volume de oxigênio que seu corpo é capaz de absorver. O teste seguro, pois a velocidade é constante (5,4km) e a cada minuto, inclina-se 1% da esteira até a falha cardio-vascular ou periférica (dor e cansaço nos membros inferiores) através desse teste, foi trabalhado em torno de 50% de seu volume máximo de oxigênio no início do tratamento.
“Esse trabalho foi realizado duas vezes por semana e em poucos meses fizemos a grande façanha de corremos a corrida do Outubro Rosa de 2016. Não chegamos em primeiro lugar, mas para o Daniel e a família, foi como se ele tivesse subido ao pódio”, afirma Marcos.
É fundamental estimular, de um jeito seguro e responsável, a prática de atividades e exercícios, principalmente pela saúde física e mental de qualquer indivíduo. A Síndrome de Down não torna o indivíduo incapaz ou o impossibilita de viver, muito pelo contrário.