Telereabilitação: Inovação e Eficácia em Transtornos Musculoesqueléticos

Autores: Dr Pablo Molina García. Faculdade de Ciências do Esporte – Educação física e deportiva. Universidade de Granada/Espanha.

Introdução

Os transtornos musculoesqueléticos são altamente prevalentes e uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Um recente estudo do Global Burden of Disease encontrou que cerca de 1,71 bilhões de pessoas sofrem de algum transtorno musculoesquelético, sendo a dor lombar o mais prevalente. Esses transtornos podem levar a uma aposentadoria precoce, menor qualidade de vida e uma capacidade reduzida para participar da sociedade. A reabilitação baseada em exercícios é essencial para a recuperação, mas muitos não recebem serviços de reabilitação adequados. A telereabilitação oferece uma solução viável, permitindo o acesso à reabilitação de qualquer lugar, especialmente durante situações como a pandemia de Covid-19, onde o acesso ao atendimento presencial é limitado.

Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise para avaliar a eficácia e custo-efetividade da telereabilitação para transtornos musculoesqueléticos. Foram realizadas buscas nas bases de dados Medline, Web of Science, Scopus e Cochrane, selecionando estudos que investigaram os efeitos da telereabilitação em qualquer transtorno musculoesquelético. Foram incluídos 37 ensaios clínicos e 5 estudos de economia da saúde, totalizando 4288 participantes.

Resultados

A telereabilitação demonstrou ser mais eficaz que os tratamentos tradicionais em melhorar a saúde dos pacientes. Aqui estão alguns pontos destacados:

  1. Dor de Coluna: As pessoas experimentaram um alívio significativo da dor.
  2. Transtornos de Mão: Observou-se uma redução notável da incapacidade.
  3. Substituição Articular: Melhorias na função diária e na qualidade de vida.
  4. Fratura de Quadril: Melhorias na função física e nas atividades diárias.
  5. Osteoartrite: Alívio da dor e redução da incapacidade.

Além disso, a telereabilitação economiza dinheiro, custando aproximadamente 89,55 dólares americanos a menos por pessoa que os tratamentos convencionais e reduzindo o tempo de viagem ao centro de saúde em cerca de 4 horas e 27 minutos por pessoa.

Implicações Clínicas e Impacto Científico

A telereabilitação pode ser uma opção eficaz e econômica para a recuperação de transtornos musculoesqueléticos, especialmente quando a reabilitação presencial não é viável. Não só melhora a função física e a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduz significativamente os custos associados ao tratamento. Esses achados são importantes para as políticas de saúde e a planejamento de serviços de reabilitação, promovendo a integração da telereabilitação em modelos de atendimento híbrido que combinem o melhor do atendimento presencial e remoto.

Nosso grupo de pesquisa TECe20-Rehabilita-T do Instituto Biossanitário em Granada/Espanha é especializado no desenvolvimento de soluções em saúde para telereabilitação de patologias musculoesqueléticas. Focamos em intervenções em saúde para tratar pacientes com patologias como fraturas osteoporóticas de quadril. Colaboramos com o grupo Recover Injury Centre da Austrália, líder mundial nesta área. Além disso, aspiramos expandir nossas intervenções em saúde para pessoas com artrose de joelho, tanto antes como depois da artroplastia. Queremos que nossas aplicações móveis sejam utilizadas em outros países. O Brasil, com seus centros de reabilitação e a dificuldade de acesso de algumas áreas rurais aos centros de saúde, apresenta uma oportunidade única para a implementação de nossas soluções de telereabilitação. Acreditamos que nossa abordagem pode oferecer um acesso essencial à reabilitação para aqueles que não podem receber atendimento presencial facilmente.

SAIBA MAIS:

Grupo de pesquisa Rehabilita-T:  https://www.ibsgranada. es/grupos-de-investigacion/ tece20-rehabilita-t/

Centro (Austrália): https://recover.centre.uq.edu.au/ 

Vídeo promocional do nossomHealth para fraturas de quadril: https://www.youtube.com/watch?v=MLc6clv0M04&t=%206s 
Acesse o artigo completo em https://doi.org/10.1016/j.rehab.2023.101791

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